Cabeçalho 2

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O Triste Comércio da Espiritualidade

Vender o que as pessoas procuram, precisam ou querem é uma estratégia extremamente comum no ramo comercial, na realidade podemos dizer que é o básico, mas vender o que as pessoas querem é mais lucrativo do que vender o que elas precisam.

O comercio sempre esteve incluso dentro da espiritualidade, desde a idade média a própria igreja vendia as famosas indulgencias para que as pessoas pudessem salvar seus parentes do inferno. Na mesma época você podia comprar objetos sagrados que supostamente pertenceram a santos.


Atualmente a coisa não mudou, a venda de objetos ou de bênçãos continua e a internet expande as possibilidades: anéis mágicos, iniciações fornecidas por criaturas de outros planetas, amor de volta, ascensão espiritual, que tal uma pulseira com todo poder da Kabbalah ?

Eu até estava esquecendo de falar dos livros, algumas pessoas resolvem escrever livros com promessas de poder, fortuna e muito mais, só que o objetivo em vez de ajudar é apenas fazer que a pessoa perca seu dinheiro, o mesmo serve para alguns cursos que encontramos por ai;

Muitas vezes é dito que o dinheiro serve como troca energética, o que pode ser verdade porém, nem sempre a "troca energética" é uma troca justa, muitas vezes essa troca presenteia o cliente com apenas uma ilusão momentânea.

A espiritualidade geralmente se torna alvo dos comerciantes quando ela atravessa muito a barreira o ponto que fica no meio entre racional para o emocional. Ela sempre vai ser saudável enquanto ficar entre a razão e a emoção mantendo um equilíbrio, sem esse equilíbrio a pessoa se deixa a levar por fantasias sem sentido, como acreditar que pode pagar por evolução espiritual ou tornar a espiritualidade um objeto sólido que não leva a nada.

Ninguém sai ganhando com o comercio da espiritualidade, a vítima perde dinheiro e sofre mais ainda depois, pessoas inteligentes se tornam pseudo-céticas, o comerciante vai cada vez mais baixo para conseguir dinheiro e os espiritualistas sérios perdem credibilidade frente a sociedade.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

A Flor-de-Lótus e o Lodo

Trazer a espiritualidade para a nossa vida não é nenhum mar de rosas, muitas vezes isso acaba por trazer novos desafios, muda nossa percepção do mundo, elimina ilusões e dessa forma faz que nós nos acabemos por nos sentir diferentes do restante do mundo.

Muitas vezes se pensa que para ser uma pessoa espiritualizada se deve isolar do restante do mundo e com isso ficar longe do mundo selvagem e automático, mas na realidade não é bem assim que as coisas funcionam, embora poder se isolar do mundo para uma vida de reflexão seja algo muito interessante é uma realidade não muito próxima da nossa no tempo atual, e algumas vezes essa vontade de isolamento não tem relação com desenvolvimento espiritual, mas sim fuga da realidade.

A figura do Eremita (Arcano IX) traduz a ideia do homem que se isolou da sociedade, mas diferente da ideia que geralmente é passada o Eremita não foge de nada, ele já conviveu com a sociedade e aprendeu junto dela tudo que tinha para aprender, agora já com certa idade e muita experiência de vida e parte para uma jornada sozinho em busca de conhecimento consigo mesmo.

 Eremita (Arcano IX)

É normal que pessoas pensem que a forma mais fácil de estar em contato com seu eu-interior é o isolamento do restante do mundo, mas muitas vezes o real aprendizado começa ao se enfrentar desafios que a sociedade nos impõe e vencê-los usando nossos conhecimentos e capacidades que adquirimos dentro dos nossos estudos. O estudo da espiritualidade nem de longe existe para que causa a vontade de isolamento, pelo contrário ela serve como auxilio para ter uma vida melhor e mais e mais saudável dentro da sociedade em que estamos incluídos.

Flor-de-Lótus

Esse conceito de ser uma pessoa espiritualizada e desperta mesmo dentro da sociedade com todos seus problemas é simbolizado pela Flor-de-Lótus que floresce sempre bela e limpa acima da água suja com lodo.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Kumaré

A Fé começa com um experimento 
e termina como uma experiência.
                  - William Ralph Inge

Kumaré é um documentário produzido por Vikram Gandhi que pertence a uma família de indianos que imigraram aos Estados Unidos. Desde criança Vikram foi orientado dentro das tradições, mitologia e rituais do hinduísmo, mas com o passar do tempo tudo aquilo fazia cada vez menos sentido para ele.


Apesar disso tudo Vikran não parece ser ter se tornado um ateu, mesmo se dizendo cético e a opinião dele sobre a religião em si não ser dita ele diz lembrar de sua avó realizando as suas orações matinais e vendo a calma e paz dela, acreditava que aquilo devia vir de algum lugar.

Mesmo não entendendo a religião ele tentou fazer o contrário do que se poderia esperar de uma pessoa que não entende o sentido da religião, estudar religião na faculdade, o que também não trouxe as respostas que buscava.

Quando ele estava quase abandonando sua religião a América estava adotando o hinduísmo e yoga como uma nova moda, quem trazia a novidade eram os na maior parte das vezes auto-intitulados "Gurus", o tema que fora da espiritualidade se tornou um mercado que move 5 bilhões de dólares por ano.


Então Vikram decidiu fazer um documentário sobre eles mas não viu nada de especial em nenhum deles, alguns até aparentemente só queriam desfrutar da imagem de guru, seja por status, dinheiro, atenção ou por apenas sexo fácil, nenhum deles parecia diferente das pessoas normais. Quando foi para Índia ele também não encontrou nenhum guru verdadeiro ou alguém com poderes divinos. Logo ele percebeu que o real problema não era a religião, mas os líderes religiosos, segundo ele ninguém podia ser mais espiritual que o outro, e quem deve escolher o que é real e verdadeiro somos nós mesmos.

Foi daí que nasceu a ideia de se tornar um guru espiritual apenas para provar que qualquer um pode ser um guru. O primeiro passo foi usar a descendência de indiano a seu favor, deixando a barba e o cabelo crescerem e após isso imitar o modo de falar da avó dele e estava nascendo o mais novo sábio do oriente Sri Kumaré, um homem iluminado e sempre alegre que serve como um espelho para quem conversa, nada mais que uma personagem com uma história de vida fictícia para angariar seguidores e registrar a experiência como documentário até a revelação final, onde é dito que Sri Kumaré é uma pessoa normal para todos seus seguidores.

Essa é a minha introdução ao documentário, que na realidade parece mais um filme, se eu falar mais que isso sobre a história eu estaria fazendo spoiler. Kumaré é uma enorme reflexão sobre a espiritualidade, religião e o "complexo de ovelha", além é claro de abordar a questão de que se os "mestres" são necessários ou não e se como é dito "o mestre está dentro de nós", tudo isso com bom humor e até um bom final feliz.

O seriado está disponível na Netflix.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Hermes

Hermes é um deus muito famoso que aparentemente era cultuado no período até antes da própria Grécia antiga e após algum tempo sofreu um sincretismo com Mercurius deus romano.

Comércio, magia, divinação, diplomacia, patrono da ginástica, dos ladrões, comerciantes, astrônomos, viajantes e muito mais eram assuntos que foram relacionados com Hermes de acordo com suas lendas.

Hermes é filho de Zeus com Maia, no primeiro dia em que nasceu fugiu do berço e foi para a região da Tessália, aproveitando distração de Apolo seu irmão por parte de Zeus, roubou seu rebanho e o levou o conduziu pela Grécia, e os escondeu em uma caverna, inventou o sacrifício aos deuses matando os animais e os cortando em 12, um para cada deus. Ele encontrou um casco de tartaruga e com fez cordas com as tripas dos animais sacrificados e os chifres fez a lira, um instrumento musical.

Apolo ao descobrir foi se queixar com Maia, porém ela não acreditou que a criança tivesse feito tudo aquilo, Apolo resolveu apelar para Zeus, que não ficou furioso e achou engraçado o ocorrido, após isso Hermes pegou sua lira e começou a tocar, Apolo ficou encantado com o instrumento e resolveu fazer uma troca. Em algumas versões ele troca o instrumento pelo rebanho com Hermes que nesse meio tempo faz uma flauta, e Apolo realiza outra troca dando um bastão de ouro para que Hermes conduzisse o rebanho e ensinando alguns segredos da adivinhação.

Mais tarde Hermes se tornou o mensagem dos deuses por Zeus, recebeu um chapéu alado e um par de sandálias aladas para que seu trabalho fosse feito de forma mais rápida. Foi com esse trabalho que Hermes apareceu em muitas lendas gregas, na maior parte das vezes ajudando os heróis.

Hermes também visitava muito o mundo inferior, era dito que era ele que conduzia as almas para lá, em uma das suas viagens viu suas cobras brigando, para separar a briga usou seu bastão que recebeu de Apolo e as cobras ficaram grudadas lá, assim o bastão se tornou  o caduceu, símbolo máximo de Hermes, da diplomacia e das energias semelhantes mais apostas (negativo e positivo), além é claro símbolo de ser um símbolo iniciático.

Na árvore da vida deuses como Hermes se situam em Hod, esfera que tem relação com a inteligência, raciocínio, comunicação e ao planeta Mercúrio, geralmente os deuses que estão em Hod são deuses que trouxeram algo para a humanidade e ensinaram algo, quando preciso da energia de Hod, Hermes é uma representações que mais uso.

Hermes é um deus que sofreu muitos sincretismos como outros deuses como: Mercúrio, Thoth e até Anúbis.